quinta-feira, 15 de março de 2018

Saiba quem era Marielle Franco.

Saiba quem era Marielle Franco, vereadora assassinada a tiros no Rio.


Mulher, negra, mãe, feminista, socióloga, "cria da favela", como ela mesmo gostava de falar. Nascida no Complexo da Maré, Zona Norte do Rio de Janeiro, em 27 de julho de 1979, Marielle Francisco da Silva, a Marielle Franco, era referência na luta pelos direitos humanos. A mais recente conquista na área foi o mandato de vereadora na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, eleita pelo PSOL.

Com bolsa integral, após ser aluna do Pré-Vestibular Comunitário da Maré, Marielle Franco se graduou em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Durante os estudos na PUC, ela não se envolveu com movimentos estudantis, por conta da pouca disponibilidade de tempo, dividido entre estudos e trabalhos para sustentar a filha Luyara, nascida quando Marielle tinha 19 anos. Hoje, a jovem tem 18 anos.


Com o diploma de socióloga, ela, que já tinha trabalhado como educadora infantil na Creche Albano Rosa, na Maré, se tornou professora e pesquisadora respeitada. Depois virou mestre em Administração Pública pela Universidade Federal Fluminense (UFF). 


Ações contra a violência nas favelas




A vida da política foi dedicada à militância na defesa dos direitos humanos e contra ações violentas nas favelas. A luta foi impulsionada após a morte de uma amiga, vítima de bala perdida, durante um tiroteio envolvendo policiais e traficantes de drogas na favela onde nasceu e viveu.



Marielle Franco integrou, em 2006, a equipe de campanha que elegeu Marcelo Freixo à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Após a posse dele como deputado, foi nomeada assessora parlamentar dele. Depois assumiu a coordenação da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da assembleia.



Há dois anos, na primeira disputa eleitoral, foi eleita com 46.502 votos para o cargo de vereadora na capital carioca pela coligação Mudar é possível, formada pelo PSOL e pelo PCB. Marielle Franco foi a quinta mais votada na cidade. Sua trajetória acadêmica e política lhe valeu a declaração pública de voto de 257 acadêmicos e professores, que declararam apoio a Marielle.



"Nossa conta era de superar cerca de 6 mil ou 6,5 mil votos. Até o último minuto no sábado à noite a gente estava fazendo campanha. Fiquei muito feliz com essa votação expressiva porque eu acho que é uma resposta da cidade nas urnas para o que querem nos tirar, que é o debate das mulheres, da negritude e das favelas", disse ela pouco depois dos resultados.



Carismática, gritava com orgulho uma frase de efeito que arrancava aplausos da plateia: "Lugar de mulher é onde ela quiser".



Crítica da intervenção federal




Marielle Franco era crítica da intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro. Há duas semanas, ela assumiu a função de relatora da Comissão da Câmara de Vereadores do Rio, criada para acompanhar a atuação das tropas na intervenção.



Em 10 de março deste ano, ela havia denunciado, em seu perfil de redes sociais, indícios de que policiais do 41º Batalhão de Polícia Militar haviam cometido abusos de autoridade contra os moradores do bairro de Acari.


Morta a tiros no Centro do Rio


Aos 38 anos, Marielle Franco foi brutalmente assassinada a tiros no bairro Estácio, no Centro do Rio. O motorista Anderson Pedro M. Gomes, 39, que dirigia o veículo também morreu. Marielle voltava de um evento chamado "Jovens Negras Movendo Estruturas", na Lapa. Luto: Milhares de pessoas vão à Câmara Municipal do Rio por velório de vereadora 


Um carro emparelhou com o veículo de Marielle e foram efetuados ao menos 9 disparos. Cerca de 4 tiros atingiram Marielle na cabeça, de acordo com a investigação da polícia.

Uma assessora da vereadora, que também estava com os dois no carro, ficou ferida pelos estilhaços. Ela foi socorrida e passa bem.


terça-feira, 6 de março de 2018

Como brasileiros podem ajudar os refugiados sírios?

Diante das reações emocionadas após a divulgação das fotos do garotinho sírio Alan Kurdi, que morreu afogado durante uma travessia de bote para tentar chegar à Grécia, muitos leitores da BBC Brasil perguntaram em nossa página no Facebook como seria possível ajudar os refugiados.



Abaixo, listamos organizações e iniciativas que fornecem ajuda a refugiados sírios e de outras nacionalidades - seja no Oriente Médio, na África, na Europa e também aos que conseguiram fugir da guerra e agora estão vivendo no Brasil.



Unicef
"Ficar chocado não é o suficiente. O choque tem que ser seguido de ação", dia a agência da ONU para a infância em sua página no Facebook. Doações serão usadas para campanhas de imunização contra sarampo, compra de kits de material escolar, compra de cobertores e sachês de micronutrientes para ajudar as crianças a sobreviverem ao inverno.
Ajude as crianças da Síria clicando aqui e saiba mais informações aqui.

Acnur

A agência de refugiados da ONU está promovendo campanhas específicas para arrecadar verba para suas ações com famílias refugiadas e para ajudar os sírios especificamente.
Para as famílias refugiadas em geral, o dinheiro é direcionado à compra de itens como kits de cozinha e mosquiteiros para proteger crianças de doenças como malária.
Boa parte das doações aos sírios, segundo a Acnur, será usada para "fornecer o auxílio necessário à medida que o rigoroso inverno se aproxima", com a compra de cobertores térmicos e barracas. Você pode ajudar clicando aqui ou aqui.

Rescue International

A ONG, uma das poucas que trabalha em ilhas gregas que vêm recebendo milhares de refugiados diariamente, afirma que as doações serão usadas para comprar kits de higiene para as famílias refugiadas, compra de latrinas e alimentos especiais para crianças desnutridas.
Clique aqui para ajudar.

Save the Children
Trabalha em países de onde as famílias estão fugindo, como a Síria, e em outros, que são rotas de fuga e destino final, como Turquia e Itália, onde, segundo a ONG, mais de 6 mil crianças refugiadas chegaram sozinhas.
Clique aqui para ajudar.

Cáritas
A ONG é a principal referência para refugiados que chegam ao Brasil.
Cáritas em São Paulo
Apenas neste ano, atendeu a 810 sírios. No total, em 2014, atendeu 6.629 pessoas de 87 nacionalidades diferentes. Há informações sobre como podem ser feitas as doações no Facebook da organização. Há campanhas para a coleta de cobertores, leite em pó e itens de higiene. Saiba mais aqui.
Para quem quiser doar dinheiro, a conta é: Caritas Arquidiocesana de São Paulo Banco Itaú Agência 251 Conta corrente 7001-7 CNPJ 62021308/0001-70
Cáritas no Rio de Janeiro
Além do Rio, fornece ajuda para as sedes da organização em outros 19 estados. No momento, está coletando itens como colchões, alimentos não-perecíveis, roupas e fraldas. Também é possível apadrinhar um refugiado, especialmente os mais vulneráveis, como as crianças. Saiba mais aqui. comunicacao@caritas-rj.org.br

segunda-feira, 5 de março de 2018

Brasil tem gravidez na adolescência acima da média latino-americana, diz OMS

A cada mil adolescentes brasileiras entre 15 e 19 anos, 68,4 ficaram grávidas e tiveram seus bebês, diz relatório da Organização Mundial da Saúde.


Brasil tem 68,4 bebês nascidos de mães adolescentes a cada mil meninas de 15 a 19 anos, diz relatório da Organização Mundial da Saúde.
O índice brasileiro está acima da média latino-americana, estimada em 65,5. No mundo, a média é de 46 nascimentos a cada mil.
Em países como os Estados Unidos, o índice é de 22,3 nascimentos a cada 1 mil adolescentes de 15 a 19 anos.
O relatório da OMS foi divulgado na quarta-feira (28) e as taxas se referem ao último período analisado - entre 2010 e 2015.
Um outro ponto divulgado pela entidade é que a América Latina é a única região do mundo com uma tendência crescente de gravidez entre adolescentes menores de 15 anos.
“A gravidez na adolescência pode ter um efeito profundo na saúde das meninas durante a vida”, disse Carissa Etienne, diretora da Organização Pan-Americana de Saúde/OPAS, em nota.
“Não apenas cria obstáculos para seu desenvolvimento psicossocial, como se associa a resultados deficientes na saúde e a um maior risco de morte materna. Além disso, seus filhos têm mais risco de ter uma saúde mais frágil e cair na pobreza”, continua Carissa.
Também o documento indica que, apesar de a fecundidade total na América Latina ter diminuído nos últimos 30 anos, o mesmo ritmo não foi observado nas gestações de adolescentes.
A taxa total de fecundidade na América Latina e no Caribe caiu de 3,95 nascimentos por mulher no período de 1980-1985 para 2,15 nascimentos por mulher em 2010-2015.

Comparativo entre os países

A taxa de adolescentes grávidas no Brasil teve diminuição nos últimos dez anos, mas ainda está aquém da taxa de outros países na América Latina, como o Chile e Argentina.
Gravidez na adolescência no Brasil
Número de nascimentos a cada mil adolescentes entre 15 a 19 anos
Número de nascimentos de gestações de adolescentes1980-19851985-19901990-19951995-20002000-20052005-20102015-20206570758085
2000-2005
 Número de nascimentos de gestações de adolescentes: 80,9
Fonte: OMS/OPAS
Taxa de nascimentos a cada mil adolescentes entre 15 e 19 anos
Países2005-20102010-2015
Brasil70,968,4
Chile52,749,3
Argentina60,664
Estados Unidos39,722,3
Mexico71,266
Canadá13,911,3
Venezuela82,680,9
Bolívia81,972,6

Principal causa de morte

Segundo o relatório, a mortalidade materna é uma das principais causas da morte entre adolescentes e jovens de 15 a 24 anos na região das Américas.
Ainda, globalmente, o risco de morte materna se duplica entre mães com menos de 15 anos em países de baixa e média renda.

Recomendações para diminuição de casos

A entidade exorta que os países com taxas altas apoiem programas dirigidos para mulheres em maior vulnerabilidade para gestações precoces.
Também há a recomendação para que se expanda o acesso a métodos anticoncepcionais e que sejam iniciados programas de educação sexual para homens e mulheres.
O relatório sugere ainda que se promovam medidas e normas que proíbam o casamento infantil e as uniões precoces antes dos 18 anos.
“Muitas dessas gestações não são uma escolha deliberada, mas a causa, por exemplo, de uma relação de abuso”, disse Esteban Caballero, diretor regional do Fundo de População das Nações Unidas para América Latina e Caribe, em nota.
Outras medidas de prevenção indicadas no relatório incluem prevenir as relações sexuais sob coação e manter um entorno favorável para a igualdade de gênero.

Saiba quem era Marielle Franco.

Saiba quem era Marielle Franco, vereadora assassinada a tiros no Rio. Mulher, negra, mãe, feminista, socióloga, "cria da favela...